O Palco Giratório é o maior projeto de circulação das artes cênicas no país e este ano tem rodado com 15 espetáculos de circo, dança e teatro. As apresentações refletem demandas de nosso tempo histórico, como as cenas negras, o teatro realizado por mulheres, a contínua reinvenção da tradição, o anseio por espaços de partilha com públicos de variados gêneros, faixas etárias e classes sociais entre muitas outras temáticas.
Em Macapá, a primeira etapa do Palco Giratório aconteceu em maio com o espetáculo “Clássico de Palhaços”, do Grupo Vagão (PI). Em setembro, recebe o monólogo teatral “Senhora P”, interpretado pela atriz e diretora Adriana Lodi. Vindo de Brasília, o espetáculo dialoga sobre violências contra mulheres e discute os múltiplos abusos cometidos em ambientes públicos e privados. A personagem é uma professora confrontada com um turbilhão de interrogatórios, memórias e anseios de outros futuros possíveis.
A apresentação aconteceu na última quinta-feira (21), no Salão de Eventos do Sesc Araxá. Após a peça, Adriana Lodi participou de roda de conversa, com o público interessado nas artes cênicas, para falar sobre a construção do espetáculo e o trabalho com teatro.
O custo para a entrada no evento foi de 1kg de alimento não perecível, que será doado às instituições assistenciais cadastradas no programa Mesa Brasil.
Senhora P - Primeiro monólogo da atriz, diretora e professora de teatro Adriana Lodi, parte de um exercício autobiograficcional em diálogo com artistas e pensadoras do tema. Transita pelos espaços de intimidade extrema, a função pública da profissão docente e a rigidez das macroestruturas sociais que lançam a atriz/personagem numa busca por encontrar formas de agir contra os processos de subordinação, adestramento e domesticação impostas pelo patriarcado capitalístico colonial.
Palco Giratório - reconhecido no cenário cultural brasileiro como um importante projeto de difusão e intercâmbio das Artes Cênicas, intensifica a formação de plateias a partir da circulação de espetáculos dos mais variados gêneros desde 1998. Além de apresentações para todas as faixas etárias, uma vasta programação de oficinas, festivais, mesas-redondas e palestras é realizada com a participação ativa da comunidade, artistas locais e convidados, promovendo uma troca de experiências enriquecedoras, divulgando o trabalho de profissionais de todo o país e gerando emprego para os inúmeros trabalhadores que atuam no circuito. Os espetáculos selecionados pela curadoria coletiva com técnicos do Sesc de diversas regiões do país têm como características a mistura de sotaques, as diferentes expressões artísticas e modos de criação.